Igreja de Nossa Senhora da Penna
Igreja de Nossa Senhora da Penna
Rua Nossa Senhora da Pena, s/n - Freguesia
22760-156 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2447-6657
Igreja de Nossa Senhora da Penna
Veneravel Irmandade de Nossa Senhora da Penna
Descrição: À Rua Nossa Senhora da Pena, na Freguesia, em Jacarepaguá, em um pitoresco penhasco, está erigida a tricentenária e histórica Igreja de Nossa Senhora da Pena, Padroeira da Imprensa, das artes e das ciências. Além da beleza singela de sua arquitetura barroca colonial, a nossa vista se delicia com um belo panorama da Baixada de Jacarepaguá. A Igreja, construída no estilo barroco colonial, é simples e bela.
Histórico: A história da Igreja está prejudicada pela falta absoluta de documentos, mostrando o descaso de alguns na preservação da história de um patrimônio tão valioso. Aceitam os antigos que a origem da Igreja está ligada a um fato ali ocorrido, que mais se assemelha a uma lenda que propriamente a uma realidade histórica.
Constam que na hora de recolher o rebanho, o escravo de um abastado fazendeiro da região deu por falta de um animal. Depois de demorada busca e certo de que seria duramente castigado por seu senhor, fez um apelo à Virgem para que o ajudasse naquela situação tão difícil. O escravo então avistou no alto do morro, numa visão esplendorosa de luz, uma senhora, vestida de azul e branco, tendo na cabeça uma coroa, acenando para que ele chegasse até ela.
O escravo partiu em sua direção, mas ao chegar ao lugar ela havia desaparecido, mas lá estava o boi desviado do rebanho. Sabedor do fato, o rico fazendeiro mandou erigir no penhasco uma linda ermida em louvor à Virgem, para perpetuar a lembrança do acontecimento. Todavia, uma versão mais aceitável nos traz Frei Agostiniano de Santa Maria, em seu livro “Santuário Mariano”, de 1773. Diz ele que por volta de 1664, chegando ao lugar vindo de Portugal, o Pe. Manuel de Araújo, devoto fervoroso da Virgem resolveu construir no penhasco, uma Ermida em louvor à Mãe de Deus.
Tudo leva a crer que o bondoso sacerdote, ao construir a Capela no alto do penhasco, teria o pensamento a suntuosa Igreja que, sob o mesmo título, ergue-se em uma penha na cidade portuguesa de Leiria. A Igreja teve dias de pompa e grandeza, mas pouco a pouco foi caindo no esquecimento. Em 1770 estava quase em ruínas.
Neste mesmo ano, apareceu um benfeitor, José Rodrigues de Aragão, que restaurou o templo, embora com grande sacrifício porque não havia água no moro, sendo trazida da várzea em baldes, sobre as cabeças dos escravos. Aqui ocorreu outro milagre da Virgem – os escravos se reuniram e, em preces, imploram que aparecesse uma fonte no morro, tornando menos árduo seu trabalho. Dias depois, em local extremamente enxuto, começou a brotar água entre as pedras. Esta fonte verteu água durante muitos anos.
O benfeitor Aragão, além da restauração interna e externa do Templo, ainda ofereceu alfaias e paramentos, doou terras e outras propriedades, em escritura pública lavrada pelo tabelião Domingos Coelho Brandão, no dia 30 de abril de 1771. O arquivo da Irmandade não possui seu primeiro compromisso, já que vários documentos importantes foram extraviados. Em 1835, foi organizado novo estatuto. Levado ao Imperador para aprovação.
No ano seguinte, foi o compromisso aprovado pelo Regente do Império, Pe. Diogo Antônio Feijó. Tal estatuto regeu a Irmandade até 1943, quando foi reformado, estando em vigor até hoje. Em 1865 foi realizada uma grande reforma na Igreja, pelo benfeitor Antônio Marques de Oliveira. A Igreja está ligada à Paróquia de Nossa Senhora do Loreto.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro – Orlindo José de Carvalho– Manual, 2009