Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Rua do Carmo, 46 - Centro
20011-020 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2242-4828
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte de Carmo
Descrição: Com frente para a rua 1º de março e fundos para a rua do Carmo, na Praça XV de novembro, está erigida a histórica Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, com seu interior ricamente trabalhado.
As talhas da capela e do altar-mor, datadas do século XVIII, são atribuídas a Luís da Fonseca, com a contribuição do seu discípulo, Valentim Fonseca e Silva, mais tarde conhecido como Mestre Valentim.
É uma das mais lindas Igrejas Históricas do Rio de Janeiro. O templo apresenta uma fachada suntuosa, com projeto de Francisco Xavier Vaz de Carvalho, e execução do mestre Manuel Alves Setúbal. A bela portada em mármore de Liós é encimada por medalhão em mármore com imagem de Nossa Senhora do Carmo.
O frontispício, em estilo barroco, é de cantaria e apresenta o corpo central ligeiramente saliente, separando as torres com duas pilastras jônicas. As torres gêmeas abrigam três sinos com aberturas em arco nas quatro faces, terminando em balaustrada com pináculos e cúpulas bulbosas, revestidas de azulejo azul e encimadas por pequenas cruzes.
Na entrada há um belo para vento de madeira trabalhada com portas com vidros brancos na parte superior. No trono principal, há uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, ladeada por Santa Teresa D’Avila e Santa Emerenciana, mãe de Sant’Ana, portanto, avó da Virgem Maria. O frontal desse altar é de prata maciça e data de 1738, assim como de prata são a banqueta e os demais objetos de culto. Atrás do altar-mor à direita, se encontra a belíssima Capela de Nossa Senhora do Noviciado, com a imagem entronada no altar principal e Nossa Senhora das Dores no altar lateral, tendo ainda um pequeno coro com órgão e belos quadros a óleo com motivos sacros.
Histórico: A origem da Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo data de 19 de julho de 1648, quando, no Convento dos Carmelitas, um grupo de religiosos portugueses, membros da Ordem em Portugal, resolveu criar aqui um sodalício idêntico. Estava fundada a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, tendo como prior D. Baltazar Castilho Andrade. Com o consentimento dos Carmelitas, os Terceiros realizaram seu culto na Igreja do Convento, que um dia fora também a Catedral do Rio de Janeiro.Em 1611 a Ordem resolveu construir uma Capela própria no mesmo terreno do recolhimento; ela foi concluída em 30 de novembro de 1669 e recebeu o nome de Capela da Paixão de Cristo. Em 1749, aumentando o número de irmãos e também o patrimônio, seu prior considerou a construção de um templo mais amplo, que fosse digno da importância que a Ordem do Monte do Carmo já havia atingido. Em 1755 foi realizada a cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental, benzida pelo provincial dos Carmelitas, Frei Francisco de Santa Maria Quintanilha, na presença de grande multidão e autoridades do governo e do Clero.
As obras seguiam seu curso normal mas surge um embargo dos Carmelitas, sob a alegação de que a altura do novo edifício escureceria o coro da Igreja, A contenda durou cinco anos, só terminando com a intervenção do Governador Geral, conde de Bobadela, que sugeriu oferecer aos frades a quantia de 3000 cruzados, sendo a harmonia restabelecida. Algum tempo depois, 1763, o novo templo já se elevava por completo e os Carmelitas solicitaram permissão para realizarem no local seus ofícios religiosos, já que sua Igreja ameaçava ruir.
O pedido não foi atendido de pronto pelos Terceiros, ressentidos com o problema anterior, mas foi oferecida aos frades a importância de 8000 cruzados para a reconstrução de sua Igreja. Em 11 de julho de 1770 a nova Igreja foi benta pelo Provincial dos Carmelitas, Frei Inocêncio do Desterro Barros, sendo celebrada a primeira missa no dia seguinte. Em setembro de 1770.com os recursos abalados, a Ordem se viu na contingência de paralisar as obras, com a Igreja já pronta, mas faltando as torres.
Em 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa, o convento foi cedido para a residência real, e a Capela dos frades foi transformada em Capela Real. Passados alguns anos, as obras foram restabelecidas, as torres imponentes, revestidas de azulejo azul, foram finalizadas; a primeira em 1848 e a segunda em 1850. Estava completa a imponente e bela Igreja. Entre o novo templo e a Antiga Sé, há um corredor particular, fechado por dois portões de ferro, tendo do lado da rua do Carmo, um arco de cantaria encimado por um oratório onde se vê a imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança.
Atualmente a imagem encontra-se guardada no interior da Igreja. A Ordem administra um cemitério em São Cristóvão, o Memorial do Carmo, e o Hospital da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, na rua Riachuelo. O templo está ligado à Matriz de Nossa Senhora da Candelária.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009
Guia das Igrejas Históricas doa Cidade do Rio de Janeiro, 1997