Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos
Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos
Rua Uruguaiana, 77 - Centro
20050-094 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2224-2900
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos
Desde 12.12.2020 , por decisão judicial, a igreja está sob a gestão da Mitra Arquiepiscopal de São Sebastião do Rio de Janeiro
Descrição: No centro da Cidade do Rio de Janeiro, na rua Uruguaiana (antiga rua da Vala e rua Pedro da Costa), está erguida a histórica Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, obra de iniciativa dos católicos negros cativos que tanto marcaram a história de nossa Nação. Foi a primeira Igreja visitada por D. João e a Corte Portuguesa na sua chegada ao Rio de Janeiro, para agradecer o êxito da viagem.
Histórico: Em 22 de março de 1669, foi fundada uma confraria, com a denominação de Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, por iniciativa dos homens negros. Tinham suas imagens na antiga Igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo, que se tornou a Sé do Rio de Janeiro com a criação do Bispado desta Cidade. Com este acontecimento, começaram a surgir desavenças entre os irmãos e o Cabido. Resolveram aqueles retirarem dali suas imagens e procurar construir um templo próprio. Foi então doado pela Sra. Francisca Pontes um terreno na Rua dos Latoeiros (atual rua da Uruguaiana).
Ali foi iniciada, em 1700, a construção da nova Igreja. Com o auxílio do Governador Luiz Valim Monteiro, o “onça”, em pouco tempo ficou concluída a Capela-mor e, em 1725, todo o templo estava concluído. No entanto, resoluções imponderáveis aconteceram. Em 1737, por estar ameaçando ruir a Igreja de São Sebastião, a Sé foi transferida para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A Irmandade não recebeu com simpatia tal resolução, ressentida que estava com as contrariedades do passado.
Em 1659, já o prelado tentara a mudança para a Igreja de São José, mas encontrou forte resistência por parte da Irmandade. Em 1734, por motivos de obras no Morro do Castelo, a Catedral passou a residir na Igreja Santa Cruz dos Militares, mas foram tantas as divergências, que após três anos e meio tiveram que deixar o local. Face às discordâncias, em 1739, a Irmandade dirigiu ao Rei de Portugal uma queixa contra o Cabido.
O soberano enviou ao Bispo a resposta: “Conservar interinamente a Catedral e o Cabido na Igreja de Nossa Senhora do Rosário até que se construa a nova Sé, sem ser a Igreja dos pretos, por não ser decente que o mesmo prelado e Cabido estejam celebrando os ofícios divinos em uma Igreja emprestada e de mistura com os negros”.
Tal situação, constrangedora para a Irmandade, prolongou-se até 1808, quando a Sé passou para o Convento dos Carmelitas. Em 7 de março de 1808, ao desembarcar, a família de Bragança desejou comparecer à Catedral da Cidade para agradecer o êxito da viagem a esta terra. Tal fato ensejou nova desavença.
Os Cônegos decidiram receber na porta do templo os ilustres visitantes reais, em detrimento dos membros da Irmandade. Após muita discussão, os Irmãos simularam conformar-se com a vontade dos “hóspedes” que se retiraram da Igreja. Entretanto, ficaram nas redondezas e, ao se aproximar o cortejo, postaram-se na porta da igreja.
O séquito do soberano e fidalgos teve que desfilar entre as alas dos negros irmãos. Foi esta a última desavença, pois em 15 de julho de 1808, a Sé deixava aquela Igreja. Importantes fatos da nossa história aconteceram na Igreja de Nossa Senhora do rosário.
Em 1821, quando a Família Real retornou a Lisboa, o Senado da Câmara funcionava no Consistório da Igreja. Foi dali que, em 29 de janeiro de 1892, saíram José Clemente Pereira e seus pares com uma representação a D. Pedro I, redigida pelo Frei Francisco de Santa Teresa de Jesus Sampaio, pedindo a D. Pedro que não se afastasse do Brasil.
E foi desse consistório que Inocência da Rocha Maciel, meu em voz alta para a multidão o texto do manifesto do dia do Fico. Também do Senado saiu da Câmara saiu a comissão que procurou D. Pedro para oferecer a ele o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”. Em outra ocasião, o Senado da Câmara procurou o Regente para pedir a convocação de uma Assembleia Legislativa, no que foi atendido pelo Príncipe.
Depois de 1824, o consistório ficou fechado, já que o Senado foi transferido para o Campo de Santana. Logo a seguir passou a ocupá-lo a Imperial Academia do Reino. Em sua recente história no dia 26 de março de 1967, um incêndio destruiu quase completamente a Igreja.
O templo foi reconstruído dentro das possibilidades da época. Internamente, a Igreja perdeu seus altares barrocos, que lembravam por exemplo, a Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso, no Centro. Esta Igreja não é uma Igreja Matriz mas constitui importante Igreja Histórica, ligada à Matriz do Santíssimo Sacramento da antiga Sé. Tem capacidade para 600 fiéis.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009Desde 12.12.2020, por decisão judicial, a igreja está sob a gestão da Mitra Arquiepiscopal de São Sebastião do Rio de Janeiro.
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