Igreja e Mosteiro e Morro de São Bento (Igreja Nossa Senhora do Monserrate)
Igreja e Mosteiro e Morro de São Bento (Igreja Nossa Senhora do Monserrate)
Rua Dom Gerardo, 68 - Centro
20090-030 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2206-8100
Igreja e Mosteiro e Morro de São Bento (Igreja Nossa Senhora do Monserrate)
Ordem de São Bento - OSB
Descrição: No cimo do Morro de São Bento, no centro do Rio de Janeiro, eleva-se a histórica Igreja de Nossa Senhora de Monserrate, outrora Igreja de Nossa Senhora da Conceição, popularmente conhecida como Igreja de São Bento, uma vez que pertence ao Mosteiro dos Monges Beneditinos. Vale lembrar que esta é uma das maiores expressões da arte barroca em nosso País.
A Igreja, construída no estilo barroco-renascentista, tem em seu interior as três fases do Barroco Brasileiro. O templo apresenta fachada simples, contrastando com a riqueza de seu interior. Ao subir a ladeira de São Bento, nota-se a perfeita integração entre o contexto natural e a austeridade do conjunto monástico.
Austeridade e classicismo ligados ao maneirismo são evidentes na rígida simetria, nas divisões verticais e horizontais em cantaria do centro da fachada com seu frontão triangular, ladeado por torres e arrematado em pirâmides. As três arcadas em arco pleno, formando um pórtico coberto, pertencem às tradições beneditinas com as atuais grades em ferro alemão.
Em 1880, essas foram fechadas com as atuais grades em ferro alemão. É surpreendente o contraste entre o aspecto austero e propositadamente singelo do exterior e a riqueza do interior, com talhas barrocas com motivos fitomorfos, recobertas de ouro, e o exuberante estilo rococó, presente na talha do altar mor, no arco cruzeiro e na capela do Santíssimo Sacramento.
O teto da nave central, abobadado em berço, e a pintura em apainelados retangulares marmorizados, são do século XVIII. Mestre Valentim da Fonseca e Silva é o autor dos moldes dos grandes lampadários de prata – com 227 quilos cada – colocados próximos ao arco cruzeiro. O mosteiro e a sacristia, por força de regras de clausura dos monges, só podem ser visitados em horas marcadas e apenas por homens.
Histórico: A história da Igreja e Nossa Senhora de Monserrate se prende à chegada ao Brasil, em 1580, dos primeiros monges beneditinos, que se instalaram em Salvador, Bahia.Em 1581, a pedido do Frei Ventura, chegaram de Salvador os primeiros monges Frei Pedro Ferraz e Frei João Porcalho, com a missão de fundar um novo mosteiro da Ordem do Rio de Janeiro. Aqui chegando, eles foram alojados pelo então Governador, Salvador Correa de Sá, na Capela de Nossa Senhora do Ó, hoje Matriz de Nossa Senhora do Carmo da antiga Sé, na Praça XV de Novembro. Os monges não se sentiram satisfeitos com o local, pois na época a praia chegava à Capela, e os pescadores se reuniam ali da tarde até a madrugada, cosendo suas redes com grande vozerio. Amantes dos lugares tranquilos, trataram os monges de pleitear outro local. No fim da praia, encontrava-se o monte, hoje chamado de Morro de São Bento, de propriedade de Manoel de Brito e de seu filho, Diogo de Brito Lacerda, que ali haviam edificado uma ermida dedicada à Nossa Senhora da Conceição.
Os dois monges procuraram os proprietários e deles conseguiram a doação do referido local, do qual tomaram posse legal em 25 de março de 1590. No pequeno outeiro, havia uma capelinha sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser residência dos monges beneditinos. Passados 12 anos, novos padres vieram a aumentar a família beneditina no Brasil, que já tinha construído no Morro o seu pequeno Mosteiro, dedicado a São Bento.
Em 1602, sendo abade o Frei Ruperto de Jesus, os monges mudaram a Padroeira de Nossa Senhora da Conceição para Nossa Senhora de Monserrate, a devoção do então Governador D. Francisco de Souza, em reconhecimento aos inestimáveis favores prestados à Comunidade Beneditina. A atual Igreja teve sua construção iniciada em 1633, quando era governador do Mosteiro o Pe. Frei André do Desterro. A obra foi inaugurada em 1642, sob o governo do Pe. Frei Bento da Esperança. Em 1711, quando ocorreu a invasão francesa de Duguay Trouin, que desembarcou na Ilha das Cobras, em frente ao Mosteiro, o Mosteiro se tornou alvo fácil, tendo sofrido intenso ataque. No local, o Governador Geral mandou construir um fortim para a resistência. Em 1732, irrompeu no mosteiro um grande incêndio, felizmente a Igreja foi poupada.
As maravilhosas talhas foram esculpidas por Frei Domingos da Conceição da Silva e Mestre Valentim, só sendo concluídas em 1736. O douramento da talha foi obra de Caetano da Costa e o magnífico arco do cruzeiro se deve ao Frei Domingos da Silva, tendo sido concluídos em 1743. Todos os quadros e painéis são do pincel do Frei Ricardo do Pilar. Entre os anos da Regência (1831-1835), os beneditinos, como todas as outras ordens do Brasil, sofreram tenaz perseguição. Em 1855. O Governo Imperial baixou um aviso proibindo o Noviciado no Brasil.
Em 1889, com a proclamação da república, foi implantada a liberdade religiosa no Brasil, fazendo cair por terra toda a violência contra as ordens religiosas. Em 1857, foi fundado o ginásio (atual Colégio São Bento) sob a administração do Abade Frei Luiz da Conceição Saraiva. Pela Bula “Decessor Noster”, do Papa Pio XII, foi ereta como Abadia de Nossa Senhora de Monserrate, com pequeno território desmembrado da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O templo não é uma Igreja Matriz, porém é uma das mais importantes Igrejas Históricas da nossa metrópole. Tem capacidade para 110 fiéis sentados e desenvolve programas sociais, através da distribuição de cestas básicas e ambulatório médico para pessoas carentes. Como relíquias, há uma imagem de São Sebastião e nas dependências do Mosteiro, há uma belíssima Capela das Relíquias, com itens de vários santos e belas obras de arte sacra. A Igreja está ligada à Paróquia de Santa Rita.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009
Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1997Faça uma visita virtual clicando AQUI